quarta-feira, 31 de maio de 2017

ENTREVISTA #4 - MEDICINA

Nome: Graciella Calsolari Figueiredo.  
Curso: Medicina.
Universidade: Universidade de São Paulo - USP.

Por que escolheu Medicina? Escolhi Medicina, inicialmente, por considerar uma carreira muito bonita. Quando comecei a me dedicar para o vestibular, pude perceber que tinha grande afinidade com temas que se relacionavam com o curso, e tive certeza de que era isso o que eu queria fazer.

Quanto tempo ficou se preparando para o vestibular? Como foi essa preparação?

Desde quando decidi que queria tentar Medicina - aos 15 anos - procurei aproveitar para aprender o máximo possível, estudando bastante para as provas e tirando boas notas.
No segundo ano do ensino médio ingressei na turma de maior de um cursinho popular (Cursinho da Poli - é bom colocar o nome ou não?) que oferecia aulas aos sábados, próximo a minha casa, e fiz o vestibular como treineira para algumas universidades de São Paulo. Foi um ano importante para que eu entrasse no ritmo do vestibular e aprendesse a organizar a minha rotina de estudos.

No terceiro ano, fiz cursinho durante a tarde (ETAPA), desde março. Como já tinha uma base boa da matéria, eu assistia às aulas, mas focava bastante nos exercícios. Resolvia todos aqueles propostos pelos professores e fazia também alguns de segunda fase. Acredito que isso tenha feito toda a diferença para que, no começo do ano seguinte, e conseguisse ser aprovada em Medicina na FMUSP - Pinheiros.

Quais eram suas maiores e menores dificuldades? O que você fez com elas?

Minha maior dificuldade era a pressão de saber que estava tentando um dos cursos mais concorridos do país, não me sentia à altura. Já uma dificuldade menor foi abrir mão de parte da vida social para me dedicar aos estudos.

Fez cursinho? Qual? Por quê? Gostou?

Fiz Cursinho da Poli quando estava no segundo ano, gostei muito! Foi importante para que eu aprendesse mais sobre o vestibular em si, lá eu assisti palestras sobre as leituras obrigatórias, fiquei por dentro de muitos temas que poderiam ser abordados nas provas e pratiquei redação. Já no meu terceiro ano eu fiz ETAPA, e também adorei! Os professores e o material eram muito bons, sendo que o esquema de simulados fez com que eu crescesse muito, foi a força que eu precisava para conseguir a aprovação.

Como era sua relação com familiares e amigos durante o tempo de preparação para o vestibular? 

Minha relação com eles não mudou muito durante o ano de vestibular. Eles sabiam que eu estava buscando o meu sonho e sempre me apoiaram muito, deram todo o suporte necessário para que eu pudesse me dedicar quase que integralmente às provas.

Fazia simulados? Qual era sua postura diante deles?

Eu fazia os simulados sim, todos.    Além de darem uma base boa do meu desempenho em cada uma das matérias, quais eram os meus pontos fortes e quais eu deveria estudar mais, eu via neles uma boa forma de me preparar psicologicamente para o dia da prova, aprender a administrar o tempo.

O que você fazia com a ansiedade e o nervosismo? 

Tentava abstrair, não ficar pensando muito em como Medicina é concorrido ou em como minha vida mudaria se eu fosse aprovada. Para mim foi importante me preservar, eu não gostava de contar que estava estudando para passar em Medicina justamente para evitar que todos ficassem me perguntando a respeito, isso me deixava mais ansiosa e pressionada.

Dicas de estudos? 

O que funcionou para mim foi fazer muitos exercícios, praticar bastante e aprender com os meus próprios erros. Ler os livros, e não resumos, também foi essencial, já que me deixou mais segura na hora de resolver os exercícios da leitura obrigatória.

Como era sua rotina? 

No ano do vestibular eu acordava às 5h30 e ia para a escola técnica em que cursava o ensino médio. Lá tinha aula até as 11h25, almoçava e ia para o cursinho, onde ficava resolvendo exercícios ou lendo alguma coisa até começarem as aulas, por volta das 14h.  Assistia as aulas e saia correndo para não chegar muito tarde em casa, já que morava longe do cursinho. Em casa eu tomava banho, jantava e ia resolver os exercícios que os professores tinham proposto nas aulas do dia. Só ia dormir após ter resolvido todos, eu fazia de tudo para não deixar que a matéria acumulasse.

Você se arrepende de algo?

De só ir dormir após ter resolvido todos os exercícios. Descuidei bastante do meu sono na época, chegava a dormir 4 horas por noite, ficava bastante cansada nas aulas e tenho certeza de que isso foi prejudicial, tanto para a minha saúde quanto para o meu desempenho nas provas.

Como você trabalhou redação? E suas específicas? 

Me preparei para a redação me inteirando sobre possíveis temas, lendo sobre os assuntos que não dominava muito e treinando muito, muito, MUITO argumentação. Eu não tinha problema com os aspectos técnicos da escrita, mas em geral deixava a desejar na hora de argumentar ou concluir o meu texto, o que só melhorou com a prática.

Já para as disciplinas específicas eu treinava resolvendo exercícios mais avançados. Não me contentava com aquilo que era dado em aula, porque sabia que no dia da prova seria cobrado um pouco mais, então foquei bastante nos exercícios escritos e acho que deu certo.

Como foi o seu desempenho nos vestibulares?

Foi melhor do que eu imaginava. Estudei acreditando que aquela seria apenas a minha primeira tentativa, mas graças a Deus a recompensa veio muito antes do que eu acreditei que viria.

Foi aprovada em quais? Qual foi a sua reação? 

Fui aprovada para Medicina na USP e na UFSCar. Quando saiu o resultado da Federal de São Carlos, pelo Sisu, eu estava viajando e fiquei bastante animada. Lembro que pensei: meu Deus, e não é que eu vou ser mesmo médica? Acabei não fazendo a matrícula, o que trouxe bastante frustração e incerteza.

Quando saiu o resultado da Fuvest eu estava no shopping. Tinha tanta certeza de que não passaria, que não quis ver, saí para almoçar com uma amiga e fiquei longe do celular, mas quando estava voltando para a casa a curiosidade venceu. Acessei o Facebook pelo celular e vi que o resultado já havia saído, então procurei o meu nome - sem avisar minha mãe, que estava ao meu lado dirigindo, - e estava lá!! Ainda assim eu não tive certeza, entrei correndo em casa, procurei no computador, pedi que meu pai conferisse e só depois, quando uma prima minha que faz Pinheiros me mandou mensagem dando os parabéns, eu passei a acreditar de verdade.

A minha reação imediata foi chorar, chorar como se não houvesse amanhã. A emoção da aprovação é algo indescritível, uma mistura de dever cumprido e sonho realizado que todos deveriam poder experimentar, ao menor uma vez na vida. Sem dúvidas, foi um dia inesquecível!

Como é o curso de Medicina? Está gostando da USP? 

O curso de Medicina é incrível, desde o início, e vai ficando melhor a cada ano. Além de oferecer tudo aquilo que um estudante de Medicina precisa para ter a melhor formação possível, a USP permite que se tenha contato com outros cursos, através das disciplinas optativas. Oferece ainda oportunidades de iniciação científica e intercâmbios, e garante toda a prática e relação médico-paciente necessárias ao curso por meio do Hospital das Clínicas e do Hospital Universitário.


Recadinho para quem leu a entrevista

Seja obstinado e não desista nunca! A Muralha da China e as Pirâmides de Gizé não foram construídas em um dia, nada de realmente grandioso acontece em nossas vidas sem exigir fé, dedicação e perseverança. Pode demorar mais ou menos, sempre valerá a pena! Boa sorte!

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