sexta-feira, 28 de abril de 2017

ENTREVISTA #01 – MEDICINA

Nome: Henrique Lage Ferreira Ferrer
Idade: 18
Curso: Medicina
Universidade: EPM/Unifesp

Sou nascido e criado em Ipatinga, no interior de Minas Gerais. Um dia, no colégio, perguntaram-me há quanto tempo eu estava estudando para o vestibular, e essa pergunta me fez refletir sobre minha trajetória acadêmica e pessoal, já que não soube respondê-la. Desde pequeno, tive o interesse pelo aprendizado e esse foi um dos pilares para eu ter ingressado na Escola Paulista de Medicina na primeira tentativa, direto do terceiro colegial – há dois anos, eu nem sabia do que se tratava a EPM!

Bem, a vida inteira estudei em escola privada. A partir do incentivo dos meus pais, tornei-me um leitor voraz e um aluno dedicado. No fim do ensino fundamental, comecei a participar de olimpíadas científicas, como a OBA, a ONHB, a OBM e a OBF, mas não obtive resultados satisfatórios, ainda que me destacasse nas olimpíadas internas da escola. No nono ano, ingressei em uma oficina de redação, onde comecei a desenvolver as técnicas de escrita, mais uma vez, em busca do aprendizado – detalhe: eu não me preparava pra redação do enem ou da fuvest, por exemplo, mas simplesmente buscava me aprimorar. No ensino médio, ingressei em um colégio menor, mais voltado para o vestibular e passei a estudar com mais disciplina. Tive resultados expressivos em olimpíadas das mais variadas: desde Química e Robótica a competições em História. Não tinha uma matéria preferida e a escolha da profissão passou a se tornar complexa pra mim. Nem mesmo testes vocacionais me ajudaram completamente, pois me direcionavam tanto para o Direito quanto pra Medicina – profissão esta também do meu pai e dos meus avós. Pensei: vou me preparar para o curso mais concorrido, já que, assim, caso mude de ideia, não terei problemas para ser aprovado no menos disputado. Assim continuei minha trajetória em busca de aprender o conteúdo ministrado em aula de modo aprofundado e, no período de inscrição para as provas, já havia me decidido pela carreira que de fato escolhi.

Claro que há muitos desafios a serem enfrentados. No meu caso, no segundo ano do ensino médio, passei por um período de instabilidade emocional por dois principais motivos: caí de bicicleta, levei trinta pontos na região do olho, além do meu amigo, que andava comigo, ter quebrado a clavícula e algumas costelas e passado quase um mês internado. Além disso, descobri que tinha uma doença autoimune que, apesar de benigna, merecia um olhar atento, e não foi fácil lidar com essas questões. Continuei o caminho em busca da Medicina e prestei Fuvest para Odontologia-SP e fui aprovado em segundo lugar! No terceiro colegial, tendo em vista que tinha construído uma base sólida nos anos anteriores, foquei meus estudos em Matemática, Física, Química, Biologia e Redação, matérias determinantes para o sucesso do vestibulando de Medicina. Nos simulados, buscava sempre me manter no top10 do meu colégio/cursinho. Em 7 ciclos ENEM, fui o primeiro em 5!

Ao longo do ano, foquei nas provas de primeira fase (fiz todas as provas da fuvest desde 2003!), pois no colégio já havia provas discursivas, que em muito se assemelhavam às provas de segunda fase. Li todas as obras da Fuvest (algumas até duas vezes, apesar de às vezes não ser nem necessário ler!) e algumas da Unicamp. Prestei Enem, Unesp, Einstein, Unesp, Unicamp, USP Ribeirão, Unifesp e os vestibulares seriados da UFJF, da UFLA e da UFVJM. No Sisu de 2016/2, com as notas do Enem de quando eu estava no segundo colegial, fui aprovado na UFRJ e na UFMA. Tirei 827,27 no Enem, passei com folga na UFMG. Fiz 71 na primeira fase da Unicamp e não fui nem pra segunda fase. Na Unesp, fiquei na posição 161 e não fui convocado por pouco. No Einstein, fui o nono geral na primeira fase, mas decidi não comparecer às entrevistas tendo em vista a distância da minha cidade. Para a segunda fase, resolvi todas as provas da Fuvest desde 2007, nas férias, quando minha família estava na praia e eu continuava a estudar. Passei na USP Ribeirão e na Unifesp, a escolhida.


Aqui na EPM, participo da atlética nas modalidades Tênis Campo, Futebol de Campo e Futsal. No feriado, competiremos com Santa Casa, Famema, Taubaté e Bragança. Ainda não entrei em nenhuma liga acadêmica, mas pretendo, após a Intercalomed! 

Para ser aprovado na EPM/Unifesp, não há receita de bolo. Cada um carrega consigo sua história de luta e de resiliência. Na nossa sala há pessoas que fizeram outros cursos anteriormente, outras fizeram muito tempo de cursinho, outras passaram direto. Mas o mais importante é que, hoje, todas têm as mesmas aulas, fazem as mesmas provas, obtêm o mesmo ensino de excelência. No vestibular, é essencial ter tranquilidade: não é a prova que define quem você é!

Estou torcendo por você!

TRÁ-CÁ-TRÁ

3 comentários:

  1. Que legal! to achando massa as atualizações do blog!! trás muita motivação, contar a história de trajetória do vestibular, as dicas. Valeu exp

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    Respostas
    1. MUITO OBRIGADO PELO RETORNO! Espero que continue gostando dos próximos textos também! :)

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  2. muito bom!!!
    só uma curiosidade, pq UNIFESP e não USP ?

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